quinta-feira, 1 de maio de 2014

A ENCENAÇÃO

Ando em círculos
como que refazendo a volta do parafuso- 
o cão andou/dançou sobre si mesmo
e deitou ofegante, sem pedir aplausos

Um dia se passou 
uma hora, alguns minutos
um ciclo se completou -
a matéria do sonho boiou
(como a lua no céu)
na bola de neve que foi crescendo
diante da inflexibilidade do tempo

O branco está por todo lado
simbolizando o vazio e a ausencia -
o corpo pede licença ao cansaço
às dores prolongadas, às rugas 
e relaxa, murchando como bola de gás

Menti várias vezes sem necessidade
outras vezes disse a verdade
e não fui entendido
ou não me levaram a sério-
hoje em dia tanto faz...
também senti muito medo
pois nunca fui herói de nada,
a insegurança me perseguiu
como a fome,o frio
perseguem os necessitados e carentes

Mas fico por aqui
estou andando em círculos
mas estou subindo
estou me inscrevendo no mapa
para ficar visivel como os rios,
as rodovias e as cidades

Decidi seguir na vertical
me encontrando e me perdendo
no branco da existência
desenhei uma cartografia
apontando limites, retas, curvas
ascendentes e descendentes

Faço minha encenação.

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