A ENCENAÇÃO
Ando em círculos
como que refazendo a volta do parafuso-
o cão andou/dançou sobre si mesmo
e deitou ofegante, sem pedir aplausos
Um dia se passou
uma hora, alguns minutos
um ciclo se completou -
a matéria do sonho boiou
(como a lua no céu)
na bola de neve que foi crescendo
diante da inflexibilidade do tempo
O branco está por todo lado
simbolizando o vazio e a ausencia -
o corpo pede licença ao cansaço
às dores prolongadas, às rugas
e relaxa, murchando como bola de gás
Menti várias vezes sem necessidade
outras vezes disse a verdade
e não fui entendido
ou não me levaram a sério-
hoje em dia tanto faz...
também senti muito medo
pois nunca fui herói de nada,
a insegurança me perseguiu
como a fome,o frio
perseguem os necessitados e carentes
Mas fico por aqui
estou andando em círculos
mas estou subindo
estou me inscrevendo no mapa
para ficar visivel como os rios,
as rodovias e as cidades
Decidi seguir na vertical
me encontrando e me perdendo
no branco da existência
desenhei uma cartografia
apontando limites, retas, curvas
ascendentes e descendentes
Faço minha encenação.
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