O ÚLTIMO GRANDE HERÓI
(02.05.1994)
A
nação brasileira,
A
pátria de chuteiras
O
povo sem eira nem beira
O último cálice da cristaleira...
Todos
estão vazios
Destemperados,
órfãos
Com
a morte do grande herói
Num
país onde a loucura
A
descompostura
A
usura e a feiúra
Proliferam
como milcróbios
Disseminando
os anti-heróis
Ficar
fora de Senna é uma dor
Mais
forte que pisar o acelerador
E
cair num abismo
Até
quando seremos referência
De
um país impichado,
Envergonhado,
esfomeado, desassistido ?
Até quando cento e não-sei quantos milhões sem ação
Diante
da dor, da tortura mental, da mediocridade,
Da
manipulação dos políticos
E
dos heróis fabricados pelas multinacionais ?
Nas
listas
O
povo não tem voz, não tem vez;
Nas
pistas, vencedores éramos nós
Colhendo
na alegria a embriaguez.
No
palco internacional
Era
mais que o país do carnaval
No
grande circo dos milhões e da velocidade.
O
coração solitário do Brasil
É
uma nave sem rumo –
Morre
de frio
Nosso
último grande herói
Acelerando
entre as estrelas.
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