terça-feira, 19 de junho de 2012

... E DEUS CRIOU A MULHER !

Existem os fatos em si e existem as interpretações que fazemos dos fatos. Assim é em nossa vida individual e assim é o Direito, quando olhamos as interpretações sobre um mesmo fato que fazem o advogado de defesa  e o advogado de acusação.
Recentemente, muita gente ficou sem entender , o que é motivo mesmo para desconcerto, o porquê de um ex-ministro da Justiça do governo Lula ser o advogado de defesa do megacontraventor, Carlos Cachoeira, acusado de formação de quadrilha e tráfico de influência, pela presunção de que ele é um sócio oculto da empresa Delta, detentora de bilhões em obras no Estado de Goiás,  no Estado do Rio de Janeiro e nas obras do Plano de Aceleração do Crescimento - PAC , do Governo Federal.
O Direito é assim e a Democracia é assim, assegurando a qualquer cidadão a defesa de seus direitos e interesses...e tendo dinheiro, paga-se o melhor advogado, que é o caso de Cachoeira e do Sr. Marcio Thomaz Bastos.
Essa introdução é para começar a falar das conquistas e das barreiras que as mulheres enfrentam, com ou sem direito, com ou sem defesa, com ou sem a interpretação correta de fatos...
Ao longo da História, as mulheres obtiveram conquistas que muitas vezes pensávamos inimagináveis...
No século XX as mulheres, com suas conquistas, e seu jeito de conseguir as coisas, com seu sofrimento e sua garra, ajudaram na construção da nova sociedade e do mundo moderno de uma forma nunca permitida antes...
Conquistou, entre outras coisas, o direito ao voto e a entrada no serviço militar...
A China, um dos países mais fechados à participação da mulher na sociedade, recentemente, anunciou a ida da primeira mulher chinesa em uma viagem espacial.
Particularmente, um grupo de mulheres me impressiona, pelo quanto fizeram para que o mundo se desenvolvesse e evoluisse material, moral e espiritualmente. Joana Darc, Anne Frank, Golda Meir, Rosa Luxemburgo, Ana Nery, Irmã Dulce, Helena Rubinstein, Edith Piaf, Indira Ghandi, Virginia Wolff, Margareth Thatcher, Simone du Beauvoir, Cacilda Becker, Agatha Christie, Teresa de Calcutá, Rachel Carson, Coco Channel, Brigite Bardot...
Fixei-me nessas ,embora saiba que o grupo é maior, muitas anônimas, mas a dramaticidade, a criatividade e a força dessas mulheres é algo fantástico.
Contudo, a marca histórica do patriarcado, do machismo, da força física e da violência ainda é muito presente na trajetória das mulheres, em particular, e da humanidade, em geral.
Mesmo com leis de proteção à mulher, como é o caso da nossa Lei Maria da Penha, criada como instrumento para levar o agressor às barras da justiça, muitos casos de agressão física por parte de maridos, pais, irmãos, amantes etc não são registrados e denunciados, porque a mulher, notadamente nas classes C, D e E não têm escolaridade, não tem experiência de vida e o nível de dependência é muito alto; esses, entre outros motivos, levam à omissão.
Levadas às últimas consequências da humilhação, da submissão e da agressividade, o sentimento de vingança explode, como no recente caso da mulher que matou o marido e o esquartejou, com uma frieza e brutalidade que chocou a todos.  
O depoimento da empregada, exclusivo à Rede Bandeirantes, exibido no Jornal da Band, aponta que "recentemente, toda noite, durante o jantar, havia discussão...ele dizia que ela ia voltar à lama, à prostituição, à pobreza...", num processo de humilhação , misturando ameaça e desprezo.
O resultado, todo mundo sabe.
...E Deus criou a mulher...mãe, avó, tia, esposa, amiga, irmã, colega, amante, companheira, cúmplice, confidente, professora, filósofa, médica, cientista, juiza, bailarina, atriz, chefe de estado...rainha, princesa, duquesa...
Nem Ele nem ninguém precisa explicar de quem é a culpa, quando se perde o limite.
Que a Justiça resolva.
Simplesmente, como diz a Ângela Ro-Ro, "só nos resta viver".

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