CERIMÔNIA DO ADEUS
Era
uma dança assim
Feito
cisnes tropeçando
No
jardim
Feito
água evaporando
Em
mim –
Lágrima,
suor, orvalho,
Água
de chuva
Dança
de espantalho
Mão
comprimida
Dentro
da luva
Êxtase,
tristeza
Vontade
de voar –
Mãos
tateando a mesa –
Ou
pressa de chorar
Era
uma dança leve
De
invisíveis passos
Longas
pernas em sombras
E
lânguidos braços
Algo
como sonata, suite, adágio
Adaga
entrando febril
Na
pele macia
A
boca sem beijo
Sem
paixão, vazia
O
sangue tingindo
O
tecido frágil
Era
uma valsa triste
Macabra
dança
Composição,
celebração
Rito
de passagem
Anjos,
duendes, fadas
Anunciando
a viagem –
Entrada
leve no astral
Etérea
caminhada
Angra
dos Reis, Agosto/00
Nenhum comentário:
Postar um comentário